sábado, 27 de outubro de 2012

Exemplo rápido de um possível Texto de Paulo, o Coelho

Um homem arrastava-se pela Mesopotâmia quando um sábio sumério conselheiro de Sargão cruzou seu caminho:
- Por que te arrastas pobre babilônio? - perguntou o sábio.

Levantando os olhos cinzas para cima, o homem pergunta com sofrimento: Deus, é você? - como não recebia replica, continuou - Oh altíssimo, por que me tiraste a visão antes de ver te?

Sem medo na voz o sábio disse - Para que não procurasse falhas no rosto de Deus, assim como fizeste com teus irmãos.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Abençoados aqueles que souberam dosar o ópio e, antes de abestalhar, enlouqueçeram de olhos abertos.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

oh inquietação alucinante. oh (talvez) tola pretensão. oh insegurança explicativa. oh ópio distraidor.

Sinto-me inteiro num espirar que não cessa! E me reforça o peito não encontrar o passo vacilante e escorregadiço que sempre me levara à porta da resignação!
Quero, hoje mais que nada, agora mais que tudo, silenciar o estampido da grande cidade e acudir o cidadão com meus frescos pensamentos: intimamente (não há outra maneira) encontrei (reforço a restrição à mim) a chave (ou o buraco da fechadura) da pureza (sendo esta nunca o inverso da imundice mas sim a ausência da ciência do bem e do mal) como existência! Mesmo assim, não encontro palavras, creio sem querer, para não pisar o temeroso e silencioso capacho, que não estou à tempo: que me encontro, e os encontro, ainda em verde progressão, imaturo. Pois, caso contrário, não seria dominado e carregado à inquietação, mas sim, à esplendida e serena certeza.
oh alucinações, lhes pergunto...
que fazer?
que fazer?

sábado, 13 de outubro de 2012

qualquer dia desses agente se encontra
pra bater um papo calmo,
um papo calmo,
pra ficar calmo.

e calmamente conversar
conversar
bater na porta da alma,
longe da loucura,
longe da loucura e do barulho dessa cidade,
dessa cidade
dessa cidade
dessa cidade.

domingo, 7 de outubro de 2012

as lembranças nunca são inteiras


Foi tudo uma questão de dobrar o travesseiro ao meio, deixar de tomar água de barriga vazia e com as mãos geladas dar voltas chacoalhadas nas chaves. A melhor maneira de não deixar o demônio entrar no teu quarto – diziam – é trancar a porta duas vezes ao deitar. Deitado na posição de homem morto contornava-se pelo seu aposento em busca donde bater suas cinzas, quando novo, em sua casa, não houve cinzeiros e conservando tal postura, como quem carregará o lar que cresceu nas costas por ainda muito tempo, nunca teve qualquer impressão sobre tal objeto que não fosse em botecos e reuniões - O que seriam dos homens atualizados sem seus cigarros? – pensava desinteressado como muitas vezes já havia feito e haveria de fazer pelo resto de sua encarnação; moldando no barro do pensamento duras formas, arredondando e afinando até não possuir mais corpo a ser explorado, e largaria para secar sem aspecto algum, esquecido por completo.

terça-feira, 2 de outubro de 2012


Tentei uma introdução sobre algo ter para se dizer e ponderar cada palavra ou de como a vida nos dá limões e os deixamos apodrecer. Falhei.