segunda-feira, 30 de abril de 2012

Sentado me vejo anotado pelo espelho laranja, tão pequeno que só reflete meu olho que me espia de lado. Já não há mais que eu na minha vida. Risco papel qualquer com traços infantis, querendo fazer numa forma que pareça com alguma coisa terrena, o formato da minha cabeça. metáfora mais facilmente entendida

terça-feira, 17 de abril de 2012

Te encontro de porto e aceito que cá sou curto. Sou fraco, merce ao silencio que trago de tanto impulsso quanto gosto.
Entro numa linha de pensamento cronofaga, direção onde não se teve infancia ou gripe, traumas e amores. E não há canção que já escutará ou cor que tenha visto. Viro espectador ausente que não toma parte. O desconhecimento total unido à consciencia me levam ao passeio espectral pela sala primeiramente, toco cada objeto e narizes como lesma e tiro o que quero de conclusão. Vago pelos quartos até encontrar a janela dos olhos, aí que zarpo.

domingo, 15 de abril de 2012

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Primeiro Fausto

"Amo como o amor ama.
Não sei razão pra amar-te mais que amar-te.
Que queres que te diga mais que te amo,
Se o que quero dizer-te é que te amo?

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Quando te falo , dói-me que respondas
Ao que te digo e não ao meu amor.

....................................

Ah! não perguntes nada; antes me fala
De tal maneira, que, se eu fôra surda,
Te ouvisse todo com o coração.

Se te vejo não sei quem sou : eu amo.
Se me faltas (...)
... Mas tu fazes, amor, por me faltares
Mesmo estando comigo, pois perguntas -
Quando é amar que deves. Se não amas,
Mostra-te indiferente, ou não me queiras,

Mas tu és como nunca ninguém foi,
Pois procuras o amor pra não amar,
E, se me buscas, é como se eu só fosse
Alguém pra te falar de quem tu amas.

......................................

Quando te vi amei-te já muito antes.
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.
Não há cousa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que o não fosse porque te previa,
Porque dormias nela tu futuro."

sábado, 7 de abril de 2012

sei sei

Silencio e limpeza, forma sem efeito.
Execuções claras, vidros quebrados.
Instrumento desafinado, faca desafiada.
Esconder-se no telhado, latir no corredor
Sindrome de um, sindrome de outro.

Cansados dias confusos.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Jacob Boehme

e se rapido assim fiz disso um bloco de anotaçoes? de idéias passadas sem merecimento nem de sentar à mesa. Curtidas na mesmice que é o papel escrito, despejadas da panela da cabeça. Te chamaria de devaneio ou aborto?

Agora sou obrigado a engolir meus rastros sem nem mastigar

"Na eternidade, como em uma profundidade imensa fora da Natureza, não há nada mais que uma quietude sem essência; é uma tranqüilidade eterna, um fundamento sem princípio nem fim. Não há termo nem ponto fixo, nem buscar nem encontrar, nem nada que possa ser uma Possibilidade. Deus é a unidade frente às criaturas, como um Nada eterno; não tem fundo (Grund) nem princípio, nem lugar; não possui nada fora de si mesmo. É a vontade da profundidade, do Abismo. É em si mesmo sempre uno, não tem necessidade de espaço nem de lugar. Produz a si mesmo de eternidade em eternidade"