terça-feira, 13 de setembro de 2011

Escalamos a mesa da merenda para ver de lá de cima as diferenças dos idiomas, nossas tão usuais baíle briga, pisavamos em espaguetes e guardanapos, seus passos de tango empurravam os meus e eu sorria como brincadeira levada a serio.
Pisei na quina, precipício de mesa, estico o braço mais do que o máximo e mesmo assim não alcanço a gola sorridente de sua blusa.
Minhas pernas para o céu e pronto, perder o ar, esbugalhar os olhos em histeria sentida, se sentir bexiga murcha, faltou ar faltou tudo, perdi a pose de intangível imaginando a morte certa.
Meu pulmão assoviando seu alarme de incêndio, pressionando seu corpo contra meu, um furacão de nada me assola.
Irrompe o silêncio criado pelo estrondo das minhas costas no piso com: "Vamos, dê um abraço, se gostam, sim? sim?"
Tento dizer que "perai, tá doendo."
O ar, infinito/inesgotavel, finalmente me pega no colo: "pronto, pronto, nada morre de tombo!"

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