sexta-feira, 18 de maio de 2012
Foi exatamente as duas horas
Como o dever da água que encontra
escorredouro, o sol deslizou pela janela no alto da cozinha, entrando em
um feixe denso e compensado. Banhou meu rosto que se movia como pendulo
na inquietação dos desnutridos. Brotando do buço e testa gotas vivas do
mais puro frio, tremendo sobre pisos antiderrapantes aperto meus olhos e
vejo a denúncia de tantas partículas que existem e nem vemos, mas no
sol surgem bailando sempre para o alto, feito fumaça de restos de todos.
Nesse momento inequívoco e rastejante, onde nenhum segundo é
suficientemente grande para uma vida nem pequeno demais
para a criação do sol, que a saudades bateu a pino.
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