terça-feira, 13 de novembro de 2012

fim da desintoxicação ou primeiro dia.

Não sou bom em sentar-me à escrivaninha e dedicar horas aos estudos. Me distraio principalmente com as imagens e os possíveis sons, o bom-dia inca, as cores de um golpe, o sorriso paleolítico da rupestragem. Afinal, que merda é a América Latina e o que Bolivar tanto queria? Sou bom em acompanhar com a cabeça, agachar no canto do quarto e contar mentiras, dormir, durmir. Sonhar em premonições triviais, o rosto do motorista de ônibus ou que derramo café na mesa. Me espanto quando acontece e por ter deixado acontecer. Sonho. tamém, que coloquei minha única calça jeans para lavar e me confundo na hora de me vestir. [Tem um gato que mora na mesma casa que minhas poucas coisas e ele as enfrenta com uns olhos cortados; se não lhe dou o que seus olhos pedem (minha vida por instantes), ele mija em todas as minhas coisas sem perdoar os livros e as músicas. As roupas e os instrumentos todos tem aquele cheiro laranjal agora que não tenho mais controle sobre o gato.] Gosto, nesse meio tempo entre a individualidade dos pensamentos quando se está acordado e a novidade do sonho, de encontrar palavras iniciadas com p: prédio pronto pra paulista, preto, prata e poluído por prepotência; e depois esquece-las todas e dormir e durmir. [E no meio da noite de sobressalto desenho mais um olho em papel vergê que retiro com estilete e ponho sobre as pálpebras fechadas, já novamente na cama, para que o diabo pense que estou acordado.] Tenho os pulsos estourados de tanto articular para desmentir, é dificil se concentrar em qualquer coisa que não seja espaços esfumaçados, boca de vulcão. Queria que lá fora fosse feito fumo familiar e fuligem fractal, fomentando os felinos fascistas para que fiquem fora da festa. Na lógica o f é falso e eu é que estou em cima do muro. Não que odeie o Pépe, mas ele me odiou antes. Não posso mais escrever de tanta distração, me fali, continuo outro dia, amanhã.

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