sexta-feira, 29 de junho de 2012



E quando Ele os perguntava sobre a terra, diziam qualquer coisa, a maioria ainda sentia a dor da morte e com grandes olhos arregalados tremiam algumas palavras forjadas ali na hora ou não se lembravam e respondiam com outra pergunta. Deus gostava das línguas, gostava de usá-las todas juntas, intercalava todas como se dedilhasse por entre elas e muitas vezes com trocas de fonema em fonema; Desprezava as letras, desprezava a escrita e não entendia a vida contemplativa de um leitor;  Chateava-se, vez ou outra, com os casais que nunca se encontraram, com prorrogações sem gol, do tempo perdido e da memória descultivada, do jantar esquecido, do encontro sempre adiado. Surpreendia-se com os suicídios diários. Tantos chegaram a pensar que era apenas frieza sentir a surpresa diante da morte e se depararam com a liberdade de continuar pecando em pensamento. “Deus só não e ciente do que iras dizer”, diriam se pudessem ter certeza disso.

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