E quando Ele os perguntava sobre a terra, diziam qualquer
coisa, a maioria ainda sentia a dor da morte e com grandes olhos arregalados
tremiam algumas palavras forjadas ali na hora ou não se lembravam e respondiam com
outra pergunta. Deus gostava das línguas, gostava de usá-las todas juntas,
intercalava todas como se dedilhasse por entre elas e muitas vezes com trocas
de fonema em fonema; Desprezava as letras, desprezava a escrita e não entendia a
vida contemplativa de um leitor; Chateava-se,
vez ou outra, com os casais que nunca se encontraram, com prorrogações sem gol,
do tempo perdido e da memória descultivada, do jantar esquecido, do encontro sempre adiado. Surpreendia-se com os suicídios diários. Tantos chegaram a pensar que era
apenas frieza sentir a surpresa diante da morte e se depararam com a liberdade
de continuar pecando em pensamento. “Deus só não e ciente do que iras dizer”,
diriam se pudessem ter certeza disso.
Perplecticidade.
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