quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Exibia de portas abertas tua casa. Mostrando cada belo detalhe e decoração, misturando o moderno com o antigo. Contrastando o verde e o mogno, o azul e o carvalho. Tudo em tal perfeita harmonia e preenchimento que nem parecia sobrar espaço para a desordem e os sentimento reais. Se dizia uma "fortaleza esculpida em bronze" e que nunca sentira tais emoções.
Só eu que via o quintal de sua cabeça. Pegava tudo quanto era sentimento sólido e enterrava, jogando terra, ironia, musica ruim e livros feministas por cima. Ficava apenas com seu sorriso vazio e seu estado perpétuo de indiferença e tranquilidade forçada.
Uma leve chuva era o suficiente para germinar, e não tardava para nascer da terra umida em lágrimas, belas e teimosas plantas, que todos observavam absortos do umbral da cozinha. Com a cara coberta de vergonha e terra ela arrancava pela raiz e cuspia para longe, sem nem se preocupar se a semente que germinara era de amor ou de ódio.

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